sábado, 17 de julho de 2010

HOJE ESTAMOS SOB A LEI DE YHWH,OU SOB A GRAÇA DE Y'SHUA?


Dê ênfase à LEI DE D'US (e NÃO ao legalismo) do NT nas escolas dominicais, nas letras dos hinos, nos seminários, etc. Lei esta ab-rogada pelos cristãos por volta do Século II (d.C., E.C.), e, que aponta o PECADO que afasta o homem de D'us. "Segui a paz com todos e a SANTIFICAÇÃO (separação do pecado), sem a qual ninguém verá o Senhor," (Heb. 12:14). Não há crime e nem pecado sem lei. Se não há lei, não há pecado, se não há pecado, anula-se a graça, se anula a graça, Cristo morreu em vão. Então, se a Lei foi abolida, vale tudo? Terra de ninguém?
O NT está repleto de Leis interpretadas da Torá (A Lei de D'us) por Y'shua (Jesus) e os apóstolos. Em cada página do NT encontra lá leis. Pelo andar da carruagem, antes e pós-Reforma, se faz, extremamente, necessário retomar o estudo dessas leis como o era na Igreja do Século I em que a Lei de D'us era lida todos os sábados, conhecidas como parashiot (porções - da Palavra - em hebraico).
Prática, esta, adotada pelo escriba Esdras e o governador Neemias após o retorno a Israel do exílio da Babilônia (445/444 a.C.) quando reorganizaram o povo e prescreveram que a Torá fosse lida em público e as passagens traduzidas e comentadas em aramaico.
"Sem santificação (afastar-se do pecado) ninguém verá o Senhor." (Heb. 12:14)
"...Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás." (Rm. 7:7)
Mas andam dizendo por aí que somos salvos pela graça e que a lei foi abolida? Associam o Antigo Testamento à Lei e o Novo à Graça. AFINAL, ESTAMOS SOB A LEI OU SOB A GRAÇA?
MAS, NÃO HÁ CRIME E NEM PECADO SEM LEI! E AÍ, COMO FICA?
Se não há lei, não há pecado, se não há pecado, anula-se a graça, se anula a graça, Cristo morreu em vão. Então, se a Lei foi abolida, vale tudo? Terra de ninguém? Agora o bicho pegou!?!?
Uê, mas, Paulo não foi contra a lei? Mas então há uma contradição nisso pois em Atos 21: 20 diz que milhares de judeus, os primeiros crentes convertidos a Y'shua (Jesus) guardavam a Lei de D'us!! E pra complicar ainda mais, Y'shua (Jesus) disse: "Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir. Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos céus. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus." (Mat. 5:17,19 e 20).
"Se me amais, guardai os meus mandamentos." (João 14:15)
Os dois mandamentos são o resumo de toda a Torá (613 mandamentos) que se resumiu nos Dez e os Dez nestes dois.
Precisamos então, urgentemente, é desdobrar os dois nos Dez e os Dez nos 613 para entendermos as minúcias da Lei de D'us porque pelo andar da carruagem, dos acontecimentos, antes e pós-Reforma, o resumo em dois mandamentos não foi suficiente.
Isto, porque, o ab-rogar a lei de D'us no Século II em função da nefasta teologia da substituição, os cristãos passaram a fazer e adorar imagens de escultura antes da Reforma, pecado que D'us mais abomina em toda a Bíblia - Ex. 20: 3 a 5, e, pós-Reforma, a adesão ao neopentecostalismo, à teologia da prosperidade, à pós-modernidade, ao relativismo, ao sincretismo religioso, ao ecumenismo e tantos outros ismos, até chegar ao ponto de depararmos com o homossexualismo dentro das igrejas como é o caso do pastor gay, Olli Aalto, da Igreja Luterana, divorciado e pai de três filhas que se tornou pastora, e, agora, a "estrela" da música cristã, Jennifer Knapp, que assumiu ser lésbica, contrariando assim, o tão propalado e principal lema da Reforma Protestante: Sola Scriptura (Somente a Escritura).
Há leis que não se aplicam mais pela inexistência do Templo e outras que são mandamentos, estatutos e ordenanças perpétuos específicos para o povo judeu, mas há muitas leis aplicáveis aos gentios.
A Lei de D'us é como o espelho que mostra as nossas imperfeições e como uma cerca que delimita o território dos seguidores de Y'shua que os ajuda a cumpri-la, imprimindo-a em seus corações por meio do Seu Espírito (Hb. 8:10), conduzindo-os assim a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Heb. 12:14). A Lei de D'us aponta o nosso erro, a nossa falha, o nosso pecado, e, uma vez arrependidos, recorremos a Y'shua (Jesus), SENHOR SALVADOR, que nos perdoa, nos redime e nos diz: vai-te e não peques mais. (Jo. 8:11).
Por que no I Concílio de Jerusalém, os apóstolos citaram só quatro leis para os gentios? Resposta: a Lei de D'us era comum a todos e se quisessem aprofundarem o conhecimento, tinham em cada cidade, desde tempos antigos, os que a pregavam nas sinagogas, onde era lida todos os sábados. At. 15:21. D'US ALERTOU-NOS PARA QUE NADA FOSSE ACRESCENTADA OU TIRADA DA SUA PALAVRA (LEI): “Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela” (Deuter. 4:2), E, QUANDO Y'SHUA (JESUS) PRONUNCIOU AS PALAVRAS DE MATEUS 5, ELE ANULOU A LEI DE D'US OU A TORNOU MAIS RIGOROSA, EXIGENTE, SEM ACRÉSCIMOS HUMANOS E ENTENDIDAS NA REVELAÇÃO?
Alguma coisa está errada nessa teologia que nos ensinaram!!! Voltando ao caminho de onde jamais deveríamos ter saído.
Passados mil e quinhentos anos nas trevas, "Lutero – cuja Reforma originou-se de uma rebelião contra a influência pagã de Roma sobre a fé cristã – foi incapaz de levar a igreja de volta às suas raízes judaicas e à sua origem em Jerusalém. Curiosamente, em vez de Jerusalém e os ensinos dos apóstolos terem se tornado o ponto central da Reforma, Genebra e os ensinos de Calvino e outros reformadores ocuparam o centro do Protestantismo." Saindo de Roma e Genebra e voltando a Jerusalém, a capital do cristianismo , a Igreja do Primeiro Século, aos princípios vividos e promulgados pelo judeu Y'shua(Jesus) e seus apóstolos judeus. Retornando ao caminho de onde jamais deveríamos ter saído.

Se Israel afundar, todos afundaremos!!



"Revolta em relação aos acontecimentos na Faixa de Gaza é uma distração. Não podemos esquecer que Israel, nesta região turbulenta, é o maior aliado do Ocidente. Há muito tempo está fora de moda na Europa falar em favor de Israel."
Em seqüência ao recente incidente a bordo de um navio cheio de ativistas anti-Israel no Mediterrâneo, é difícil pensar em uma causa mais impopular para lutar. Em um mundo ideal, a intervenção do exército israelense sobre o Mavi Marmara não teria terminado com nove mortos e alguns feridos. Em um mundo ideal, os soldados teriam sido recebidos de forma pacífica no navio. Em um mundo ideal, nenhum Estado, muito menos um aliado recente de Israel, como a Turquia, teria promovido e organizado uma flotilha, cujo único propósito era criar uma situação impossível para Israel, fazendo-o escolher entre desistir de sua segurança e do bloqueio naval, ou incitar a ira mundial.
Em nossas relações com Israel, devemos deixar para trás a raiva que muitas vezes desvirtua o nosso julgamento. Uma abordagem razoável e equilibrada deve encapsular as seguintes realidades: primeiro, o Estado de Israel foi criado por uma decisão da ONU. Sua legitimidade, portanto, não deve entrar em questão. Israel é um país com instituições democráticas profundamente enraizadas. É uma sociedade dinâmica e aberta, que tem repetidamente se destacado nos campos da cultura, ciência e tecnologia.
Em segundo lugar, devido às suas raízes, história e valores, Israel é uma nação de pleno direito ocidental. Na verdade, é uma nação ocidental normal, porém diante de circunstâncias atípicas.
Infelizmente, no Ocidente, Israel é a única democracia cuja existência tem sido questionada desde a sua criação. Em primeira instância, foi atacado por seus vizinhos que usavam armas convencionais de guerra. Em seguida, enfrentou o terrorismo que culminou com uma seqüência de ataques suicidas. Agora, a pedido de radicais islâmicos e seus simpatizantes, enfrenta uma campanha de deslegitimação através do direito internacional e diplomacia.
Sessenta e dois anos após sua criação, Israel ainda está lutando por sua sobrevivência. Punido com chuvas de mísseis que caem no norte e sul, ameaçado de destruição por um Irã que tem o objetivo de adquirir armas nucleares, e pressionado por amigos e adversários, Israel, ao que parece, nunca pode ter um momento de paz.
Durante anos, o foco de atenção do Ocidente tem sido, compreensivelmente, voltado ao processo de paz entre israelenses e palestinos. Mas se Israel está em perigo hoje e toda a região está deslizando rumo a um futuro preocupante e problemático, não é devido à falta de entendimento entre as partes sobre como resolver este conflito. Os parâmetros de um acordo de paz em perspectiva são claros, por mais difícil que possa parecer para os dois lados dar o passo decisivo para um acordo.
As verdadeiras ameaças à estabilidade regional, no entanto, encontram-se no surgimento do radicalismo islâmico que vê a destruição de Israel como o cumprimento de seu destino religioso e, simultaneamente, no caso do Irã, como uma expressão de suas ambições à hegemonia regional. Ambos os fenômenos são ameaças que afetam não só Israel, mas também toda a Comunidade Internacional.
O núcleo do problema reside na maneira ambígua, e muitas vezes errônea, em que muitos países ocidentais estão reagindo a esta situação. É fácil culpar Israel por todos os males do Oriente Médio. Alguns até agem e falam como se um novo entendimento com o mundo muçulmano poderia ser alcançado somente se estivéssemos dispostos a sacrificar o Estado judeu. Isso seria loucura.
Israel é a nossa primeira linha de defesa em uma agitada região que está constantemente sob o risco de cair no caos; uma região que é vital para a segurança energética mundial devido à nossa dependência excessiva de petróleo do Oriente Médio; uma região que forma a linha de frente na luta contra o extremismo. Se Israel cai, todos nós cairemos. Para defender o direito de Israel existir em paz, dentro de fronteiras seguras, requer um grau de clareza moral e estratégica que muitas vezes parece ter desaparecido na Europa. Os Estados Unidos mostram sinais preocupantes de seguirem uma posição no mesmo sentido.
O Ocidente está atravessando um período de incerteza com relação ao futuro do mundo. No sentido amplo, esta incerteza é causada por uma espécie de dúvida masoquista sobre nossa própria identidade; pela regra do politicamente correto; por um multiculturalismo que nos obriga a curvar-nos diante dos outros; e por um secularismo que, cinicamente, nos cega, mesmo quando somos confrontados por membros do jihad promovendo a encarnação mais fanática de sua fé. Deixar Israel a sua própria sorte, neste momento crucial, serviria apenas para ilustrar o quanto afundamos e como nosso declínio inexorável agora se torna eminente.
Isto não pode acontecer. Motivado pela necessidade de reconstruir os nossos valores ocidentais, expressando uma profunda preocupação com a onda de agressão contra Israel, e consciente de que a força de Israel é a nossa força e a fraqueza de Israel é a nossa fraqueza, tomei a decisão de promover uma nova iniciativa chamada Amigos de Israel com a ajuda de algumas personalidades, incluindo David Trimble, Andrew Roberts, John Bolton, Alejandro Toledo (ex-presidente do Peru), Marcello Pera (filósofo e ex-presidente do Senado italiano), Nirenstein Fiamma (autor e político italiano), o financista Robert Agostinelli e o intelectual católico George Weigel.
Não é nossa intenção defender qualquer política específica ou qualquer governo israelense em particular. Os patrocinadores desta iniciativa, com certeza, devem discordar das decisões tomadas por Jerusalém em algumas situações. Nós somos democratas e acreditamos na diversidade.
O que nos une, no entanto, é o nosso apoio incondicional para o direito de Israel de existir e de se defender. Os países ocidentais que se unem com aqueles que questionam a legitimidade de Israel, para que estes joguem com organismos internacionais as questões vitais de segurança de Israel, satisfazendo aqueles que se opõem aos valores ocidentais ao invés de se levantar com firmeza em defesa desses valores, não estão cometendo apenas um grave erro moral, mas um erro estratégico de primeira grandeza.
Israel é uma parte fundamental do Ocidente. O Ocidente é o que é graças às suas raízes judaico-cristãs. Se o elemento judeu dessas raízes for retirado e perdemos Israel, também estamos perdidos. Quer queira ou não, nosso destino está interligado.

domingo, 27 de dezembro de 2009

A Revolta do povo Macabeu(HANNUKAH).


I Macabeus é um dos livros deuterocanônicos do antigo testamento da Bíblia católica.[1][2] Possui 16 capítulos.
Os dois livros dos Macabeus são assim denominados por causa do apelido do mais ilustre filho de Matatias, Judas, chamado o Macabeu ("Martelo").
Tais livros não constam na Bíblia Hebraica e são considerados apócrifos pelos judeus e pelas Igrejas protestantes. Na Igreja Católica, porém, foram incluídos nas listas dos sete livros deuterocanônicos.
Ambos os livros foram transmitidos em grego, mas o Primeiro Livro dos Macabeus teria sido, provavelmente, traduzido de um original hebraico, que se perdeu.
O tema geral dos dois livros é o mesmo: descrevem as lutas dos judeus, liderados por Matatias e seus filhos, contra os reis sírios (selêucidas) e seus aliados judeus, pela libertação religiosa e política da nação, opondo-se aos valores do helenismo.
O Primeiro Livro dos Macabeus ocupa-se de um período mais amplo da guerra de libertação do que o Segundo Livro dos Macabeus. Começa com a perseguição de Antíoco Epífanes (175 a.C.) e vai até a morte de Simão (134 a.C.), o último dos filhos de Matatias.
Depois de uma breve introdução sobre os governos de Alexandre Magno e seus sucessores (1,1-9), o autor passa a mostrar como Antíoco Epífanes tenta introduzir à força os costumes gregos na Judéia (1,10-63). Descreve a revolta de Matatias (2,1-70), cuja bandeira da libertação passa primeiro a Judas Macabeu (3,1-9,22), depois a seu irmão Jônatas (9,23-12,53) e por fim a Simão (13,1-16,24).
Graças a estes três líderes, a liberdade religiosa é recuperada, o país torna-se independente por um breve período e o povo torna a gozar de paz e tranqüilidade.
Embora não faça parte da Bíblia Hebraica, os dois livros são muito estimados dentro do judaísmo e de grande valor para a história dos israelitas, além de serem utilizados como fontes de consulta pelos teólogos protestantes, sendo considerado uma prova do cumprimento das profecias do livro de Daniel.
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Início da revolta

Com a proibição em 167 a.C. da prática do Judaísmo pelo decreto de Antíoco IV e com a introdução do culto do Zeus Olímpico no Templo de Jerusalém, muitos judeus que decidem resistir a esta assimilação acabam sendo perseguidos e mortos. Conforme diz o 1 Macabeus 1:56-64 :

"Quanto aos livros da Torá, os que lhes caíam nas mãos eram rasgados e lançados ao fogo. Onde quer que se encontrasse, em casa de alguém, um livro da Aliança ou se alguém se conformasse à Torá, o decreto real o condenava à morte. Na sua prepotência assim procediam, contra Israel, com todos aqueles que fossem descobertos, mês por mês, nas cidades. No dia vinte e cinco de cada mês ofereciam-se sacrifícios no altar levantado por sobre o altar dos holocaustos. Quanto às mulheres que haviam feito circuncidar seus filhos, eles, cumprindo o decreto, as executavam com os mesmo filhinhos pendurados a seus pescoços, e ainda com seus familiares e com aqueles que haviam operado a circuncisão. Apesar de tudo, muitos em Israel ficaram firmes e se mostraram irredutíveis em não comerem nada de impuro. Eles aceitaram antes morrer que contaminar-se com os alimentos e profanar a Aliança sagrada, como de fato morreram. Foi sobremaneira grande a ira que se abateu sobre Israel".

Entre os judeus que permanecem fiéis à Torá, está o sacerdote Matatias, chamado de Hasmoneu devido ao nome do patriarca de sua linhagem (Hasmon). Recusando-se a servir no templo profanado, Matatias se exila com sua família em sua propriedade em Modin. Matatias tem cinco filhos: João, Simão, Judas, Eleazar e Jônatas. Convocados para os sacríficios sacrílegos, Matatias acaba matando o emissário real e um sacerdote que se propõe a oficiar os sacríficios. Convoca então os judeus fiéis à Torá e foge com seus filhos para as montanhas, iniciando o movimento de resistência contra o domínio estrangeiro, destruindo altares, circuncidando meninos à força e recuperando a Torá das mãos dos gentios.

* Judas Macabeu *

Matatias morre em 166 a.C., e seu filho Judas assume a liderança da resistência. Judas desenvolve técnicas de guerrilha, que vence as contínuas tropas selêucidas enviadas. Apesar de alguns explicarem tal como "intervenção divina", Antíoco também tinha de se preocupar com outras revoltas em seu império. Em 164 a.C., Judas e seus homens conseguem tomar Jerusalém e rededicar o Templo, no que ficaria conhecida como a Festa de Chanucá.

"No dia vinte e cinco do nono mês - chamado Casleu - do ano cento e quarenta e oito, eles se levantaram de manhã cedo e ofereceram um sacrifício, segundo as prescrições da Lei, sobre o novo altar dos holocaustos que haviam construído. Exatamente no mês e no dia em que os gentios o tinham profanado, foi o altar novamente consagrado com cânticos e ao som de cítaras, harpas e címbalos (...) E Judas, com seus irmãos e toda a assembléia de Israel, estabeleceu que os dias da dedicação do altar seriam celebrados a seu tempo, cada ano, durante oito dias, a partir do dia vinte e cinco do mês de Casleu, com júbilo e alegria". (1 Macabeus 4:52-54,59)

sábado, 19 de dezembro de 2009

A árvore de Chanuká.


"... Costumes fúteis do povo! Cortam com machado uma árvore do bosque ; enfeitam-na com prata e ouro e fixam-na com pregos e martelos para que não se mova ...". De quem são essas palavras? De um pastor irritado? De um cristão , contra o materialismo do Natal moderno? De um ateu? Não! Eu as traduzi de Jeremias , 10: 3-4! Sim , do profeta bíblico ...

Elas só vêm atestar a antigüidade do costume da hoje conhecida como árvore de Natal ... Não se sabe dizer ao certo quando ela surgiu . Mas ao longo da história , foi incorporada aos hábitos de vários povos . Lendas tentam explicar o motivo porque ela é usada como símbolo do Natal - ligadas ao fato de que algum povo adorava árvores . A mitologia fala de vários deuses que morriam e ressuscitavam para simbolizar as forças vitais que emergiam das entranhas da terra: Adad (Assíria), Adônis (Grécia), Apolo (Grécia), Átis (Frígia), Baal (Fenícia), Baco (Roma), Bali (Afeganistão), Balenho (Celtas), Crestus (Alexandria), Buda (Nepal), Deva Tat (Sião), Dionísio (Grécia), Fo (China), Hércules (Grécia), Hórus (Egito), Indra (Tibet), Joel (Germanos), Mitra (Pérsia), Odin (Escandinávia), Prometeu (Cáucaso), Quetzocoalt (Olmecas, Maias), Serapis/Osíris (Egito), Tamuz (Suméria), Thor (Gália). Uma árvore estilizada é o símbolo de muitos deuses ressuscitado .
Os egípcios consideravam a tamareira como árvore da vida e levavam-na para casa nos dias de festa , enfeitando-a com guloseimas para as crianças . Celebravam , no solstício de inverno (dia mais curto do ano ; no hemisfério norte , em dezembro), o nascimento de Horus , filho da virgem Isis . Traziam galhos verdes de palmeiras para dentro de suas casas , simbolizando o triunfo da vida sobre a morte . ✡Na antiga Babilônia, em 25 de Tebet (correspondente a dezembro), comemorava-se o nascimento de Tamuz , o deus jovem filho de Nimrod e de sua esposa , Semiramis , que também era a sua própria mãe . Celebrava-se a reencarnação de Nimrod em seu filho . Moedas antigas foram encontradas mostrando um toco de árvore (representando a morte de Nimrod) e uma árvore crescendo próxima (Tamuz). O nome Semiramis é a forma helenizada do sumério Sammur-amat (=dádiva do mar). Também era conhecida por Ishtar que gerou a palavra Easter (Páscoa) e Este (onde nasce o Sol).
Os fenícios chamavam-na Ashtart ou Asterath . Cada cidade fenícia tinha seu deus , associado a uma entidade feminina . Biblos adorava Adônis (deus da vegetação), cujo culto se associava ao de Ashtart (a caldéia Ihstar ; a grega Astartéia), deusa da fecundidade . Os cananeus adoravam Asherah , em rituais frente a uma árvore que a representava . Sacrifícios eram feitos na Escandinávia ao deus Thor , ao pé de uma árvore frondosa. Nas culturas célticas , os druidas tinham o costume de decorar velhos carvalhos com maçãs douradas para festividades também celebradas na mesma época do ano . Em 25 de dezembro era comemorado também o dia do deus pagão Adônis . Amante de Vênus , ele morria tragicamente todos os anos no solstício de inverno e ressuscitava . Nessa data Constantino executava alguns prisioneiros e colocava suas cabeças penduradas em uma árvore . Teria alguma macabra relação com a árvore de Natal? Na Roma Antiga , os romanos enfeitavam árvores em honra de Saturno , deus da agricultura, pendurando em pinheiros máscaras de Baco, deus do vinho, para celebrar a Saturnália , festival celebrado entre 17 e 23 de dezembro . 25 de dezembro era a celebração do nascimento do sol invicto (Natalis Solis Invicti), do deus Mitra , cujo culto penetrou em Roma no século I AEC e a data , no calendário romano em 274 , com o Imperador Aureliano . Romanos trocavam entre si ramos de árvores verdes para desejar boa sorte nas calendas (primeiro de janeiro). ✡Os ingleses tomaram o costume da árvore emprestado para usá-lo durante as comemorações do Natal . Os alemães provavelmente foram os primeiros a enfeitarem a árvore de Natal .
Para alguns , ela data do tempo de S. Bonifácio, que , no século VII , pregava na Turíngia (região da Alemanha) e usava o perfil triangular dos abetos como símbolo da Trindade . Assim, o carvalho , até então considerado como símbolo divino , foi substituído pelo abeto . Lutero , autor da Reforma protestante do século XVI , montou um pinheiro enfeitado com velas em sua casa para mostrar às crianças como deveria ser o céu na noite de nascimento de Jesus . Para os místicos , a árvore de Natal representa esotericamente o Diagrama Cabalístico da Vida conhecido como Árvore Sefirótica . Nele vemos representadas as dez dimensões do Universo nos dez galhos , que vão de Keter (Coroa), a Malkut (o mundo físico). Entre as explicações para a escolha do dia 25 de dezembro como sendo o dia de Natal há o fato de esta data coincidir com a Saturnália dos romanos e com as festas germânicas e célticas do Solstício de Inverno ; sendo todas estas festividades pagãs , a Igreja viu uma oportunidade de cristianizar a data . O elemento judaico que contribuiu para a confusão ou co-fusão foi Chanuká , comemorada na mesma época , só que em data fixa . Provavelmente a proximidade de datas e a fusão dos festejos pagãos de dezembro , com Chanuká , com início em 25 de kislev , tenha determinado o 25 de dezembro . ✡Não-judeus muitas vezes pensam que Chanuká seja uma espécie de "Natal judaico"... o que não é . Chanuká celebra a vitória dos Macabeus sobre os invasores gregos que haviam tomado o Segundo Templo , no ano 164 AEC ; o maior símbolo é o candelabro de oito velas . Há costumes judaicos e cristãos semelhantes nesta época (decoração, luzes, comidas). Mas a motivação é diferente , para cada um dos grupos religiosos . Se Jesus nasceu em dezembro , seria próximo de Chanuká , que ele , como judeu , comemorou durante sua vida , o que a Bíblia cristã confirma , em João 10:22 , 23: "Nesse tempo ocorreu em Jerusalém a festividade da dedicação [em hebraico, Chanuká]. Era inverno , e Jesus estava andando no templo , na colunata de Salomão". Na verdade , considero Natal e Reveillon as festas cristãs mais judaicas . Afinal , Natal comemora o nascimento de um menino judeu e Reveillon , seu brith-milá (circuncisão).
“Chrismukkah” é um neologismo norte-americano referindo-se à fusão das festas de Natal e Chanuká comemorada por famílias de casamentos mistos entre judeus e cristãos . Ficou popular entre jovens depois de um episódio do seriado televisivo O.C., quando a festa foi comemorada pelo grupo de Seth Cohen , filho de pai judeu e mãe cristã . Anos antes do atual modismo , eu escrevi um artigo em que criei o neologismo em português “Hanukal” ou “Natuká”. Hoje são organizadas festas temáticas , em que a tônica é a mistura e a convivência de símbolos de ambas as festividades. Também surgiu um lucrativo comércio , na esteira da celebração . Até famílias só judaicas vêm aderindo , a partir principalmente da vontade de ter uma árvore de Natal em casa. ✡ Ironicamente , as mais populares canções de Natal foram escritas justamente por judeus , do francês Adolphe Adam com o hino do Natal Cantique De Noël (em inglês O Holy Night) a Irving Berlin , judeu nova-iorquino nascido na Sibéria , que compôs White Christmas , a canção que moldou o imaginário natalino da América – interpretada mais tarde por Bing Crosby . Musicais da Broadway e o cinema popularizaram inúmeras canções de Natal escritas por músicos judeus , entre elas Rudolph the Red Nosed Reindeer e Rockin’ Around The Christmas Tree de Johnny Marks; Let It Snow de Sammy Cahn e Jule Styne; The Christmas Song de Mel Tormé. Elas valorizam não o aspecto do nascimento de Jesus de Roma , mas a reunião das famílias , os presentes e o aconchego a que convida uma manhã nevada de Inverno. Além de Natal e Chanuká , esta época de festas também conta com a Kwanzaa , celebração da cultura negra norte-americana e , dependendo do ano , o Ramadan muçulmano .